Tráfego em rodovias pedagiadas cresce mais que o PIB

Levantamento analisou um período de dez anos

Levantamento analisou um período de dez anos

Depois que o governo lançou medidas para atrair mais interesse da iniciativa privada aos nove projetos de rodovias a serem licitados neste ano, dados atualizados sobre as atuais concessões podem virar aliados nessa missão. O crescimento real nos últimos 10 anos foi superior ao que está sendo estimado para os próximos empreendimentos sendo licitados.

Dados elaborados pela Tendências Consultoria Integrada a partir do Índice ABCR (com números da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias) mostram que o tráfego nas estradas já concessionadas registrou um crescimento médio de 4,5% ao ano nos últimos 10 anos.

O crescimento real do tráfego de veículos nas estradas com pedágio ficou acima das estimativas de 4% do governo para os nove empreendimentos que serão leiloados neste ano. Também é superior à média de expansão do PIB no mesmo período, que foi de 3,6% ao ano.

Segundo números levantamentos pelo Jornal Valor Econômico, o crescimento nas rodovias foi superior ao do PIB do período. A expansão foi maior, sobretudo, nos últimos anos. A partir de 2007, o crescimento médio do tráfego de veículos foi de 4,87% ao ano. A partir de 2008, a média foi de 5,17% ao ano. “Em linhas gerais, pode-se dizer que as rodovias continuarão sendo um bom negócio”, diz Juan Jensen, da Tendências.

A previsão inicial do governo era que o crescimento do fluxo nas estradas fosse de 5% ao ano nos próximos 25 anos. Mas esse número foi considerado exagerado pela iniciativa privada. Ao estimar mais tráfego nas estradas, o governo faz com que as propostas econômico-financeiras das empresas sejam mais agressivas, com tarifas mais baixas.

Depois das reclamações, o governo baixou a projeção para 4% e, ao mesmo tempo, estendeu o prazo de concessão para os próximos leilões: de 25 para 30 anos. Também facilitou diferentes quesitos para o financiamento, como o aumento do prazo de carência de 3 para 5 anos e o prazo total de 20 para 25 anos.

Os leilões de rodovias geralmente atraem vários concorrentes, mas neste ano o governo introduziu regras mais rígidas para que os investimentos sejam feitos de forma mais acelerada. O aperto assustou parte das empresas, que criticam principalmente a obrigação de duplicação total da rodovia em no máximo cinco anos de contrato.

Para alguns executivos, que falam em condição de anonimato, “não faz sentido” duplicar em pouco tempo rodovias como a ser licitada no Mato Grosso. A estrada em questão é a BR-163 e os investimentos necessários somam R$ 4,65 bilhões. Será concedido um trecho de 821,6 km, que se inicia na divisa com o Estado do Mato Grosso do Sul e termina no início da travessia urbana do município de Sinop. O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) está duplicando praticamente a metade do trecho a ser concessionado.

O presidente da Empresa de Planejamento e Logística, Bernardo Figueiredo, costuma defender a regra de duplicação em cinco anos baseado na ideia que o governo quer a infraestrutura pronta antes que a demanda surja.

Nesse caso, os números também auxiliam a argumentação do governo. Segundo a Tendências, a região Centro-Oeste terá uma expansão acima da média na economia nacional, de 4,1% ao ano nos próximos 10 anos. A previsão de crescimento anual do PIB do país é de 3,4% nos próximos anos.

Valor Econômico

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