Rendimento de caminhoneiros autônomos cai 20%

O rendimento dos autônomos caiu 20% depois da paralisação de 2018, enquanto o dos proprietários de caminhão subiu 28%. O estudo foi realizado pelos economistas Cristiano Aguiar de Oliveira e Rafael Mesquita Pereira, da Universidade Federal do Rio Grande.

“Com o tabelamento do frete, houve concentração de carga nas transportadoras. O produtor preferiu as empresas aos autônomos por haver uma relação mais estável”, diz Oliveira.

De acordo com os autores do estudo, as transportadoras têm maior poder de barganha e conseguem impor o valor mínimo do frete para os produtores.

Após a greve alguns grupos optaram por contratar frota própria, isso para não ficarem reféns dos caminhoneiros. “Ou seja, não melhorou nada. Piorou a vida dos autônomos”, diz Ivar Schmidt, representante Nacional do Transporte (CNT). Segundo ele, a tabela de frete mínimo não é cumprida e há uma série de contestações na justiça contra a medida.

Para Schmidt, que comandou a greve em 2015, é necessário a aplicação de uma jornada de trabalho. Ao obrigar os caminhoneiros a cumprirem uma determinada carga horária, um número maior de motoristas teriam acesso ao frete. Dessa forma, equalizariam a questão do descompasso entre oferta e demanda do mercado.

Segundo Wallace Landim, conhecido como Chorão, está sendo apresentado para o governo um projeto de pontos de parada, que é essencial para implementar a jornada de trabalho.

Atualmente, se todos os caminhoneiros cumprissem uma carga menor, não haveria lugares para pararem, dizem os motoristas. “Estamos na UTI e o nosso remédio é o governo. Estamos buscando remédio para salvar a categoria”.

Fonte: O Estado de S. Paulo.

 

Compartilhe nas redes sociais

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor, entre com seu comentário
Por favor, entre com seu Nome aqui!