Porto de Santos adota medidas para tentar reduzir filas

Fila de caminhões carregados com grãos superou a marca de 20 quilômetros

Fila de caminhões carregados com grãos superou a marca de 20 quilômetros

Para Codesp, Cutrale contribuiu para engarrafamentos ao não participar de sistema integrado de entregas de cargas O Conselho da Autoridade Portuária do Porto de Santos (SP) reuniu-se ontem com o objetivo de encontrar soluções de curto prazo para pôr fim aos engarrafamentos nas vias que dão acesso à Baixada Santista. Mais uma vez, ontem, a fila de caminhões carregados com grãos superou a marca de 20 quilômetros.

As autoridades avaliam que, além de as chuvas paralisarem embarque de granéis, as atividades foram prejudicadas por problemas no sistema de agendamento de entrega de cargas no porto. Segundo a Codesp, a Cutrale (que opera um terminal graneleiro na margem esquerda do porto, em Guarujá) recebeu mais caminhões do que podia comportar em seu pátio – eles estariam bloqueando o acesso dos demais ao porto.

Ainda de acordo com a autoridade portuária, isso acontece porque a Cutrale não faz parte do sistema integrado de agendamento de entregas do porto, o que impede seus caminhões de estacionarem nos dois pátios reguladores disponíveis. Segundo o diretor de portos e logística da prefeitura de Guarujá, José Ribamar Brandão, a prefeitura já multou a Cutrale duas vezes, num total de R$ 28 mil, devido à presença de caminhões nas ruas do município.

“Esses pátios funcionam como pulmões e cadenciam a chegada dos caminhões aos terminais”, explica Paulino Vicente, diretor de infraestrutura da Codesp. Segundo ele, a Cutrale descumpre uma resolução de 2005, que determina a todos os operadores graneleiros que participem do sistema integrado de recebimento. A expectativa é que a empresa se adeque nas próximas horas.

Procurada, a Cutrale não confirmou a informação. Em nota, a empresa se limitou a dizer que “utiliza um sistema próprio de descarregamento agendado (…) como forma de agilizar e organizar o fluxo de entregas” e que, por conta de uma “supersafra”, “a estrutura para o escoamento (…) tem se mostrado insuficiente, o que compromete todo o sistema”. Argumentou ainda que a ela própria “tem passado por dificuldades para que os caminhões que transportam suco com programação agendada cheguem ao terminal”.

A partir do fim de semana, uma força tarefa com representantes da prefeitura de Cubatão, Codesp, Polícia Rodoviária Federal e Ecovias (concessionária responsável por administrar o sistema Anchieta-Imigrantes) vai investigar se o problema se repete com outros terminais.

Segundo a Codesp, o porto de Santos embarcou cerca de 3 milhões de toneladas de grãos no primeiro bimestre, um aumento de aproximadamente 700 mil toneladas em relação ao mesmo período do ano passado. A expectativa é que, mantido o ritmo de embarques observado na primeira quinzena de março, o porto encerre o primeiro trimestre com um embarque de 6,5 milhões de toneladas de grãos – um acréscimo de 1,3 milhão de toneladas em relação ao primeiro trimestre de 2012. Até ontem, 43 navios aguardavam sua vez para carregar soja, farelo e milho em Santos.

Valor Econômico

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