O PIB (Produto Interno Bruto) de 2020 pode terminar com uma retração de 4,4%, segundo estudo feito pelo Centro de Macroeconomia Aplicada da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Sendo assim, caso seja confirmada, seria a maior retração registrada no país desde 1962, quando iniciou a série disponível no site do Banco Central.
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Além disso, segundo a simulação da FGV, a economia brasileira sofrerá com efeitos de mesma magnitude que os registrados durante a crise financeira de 2008. Isso acontece por causa da redução da atividade global, especialmente nas economias chinesa, europeia e americana.
Também são considerados impactos domésticos similares aos registrados no pós-greve dos caminhoneiros, em maio de 2018.
De acordo com Emerson Marçal, coordenador do Centro de Macroeconomia, a simulação recupera os efeitos que importantes crises domésticas e externas geraram sobre a economia brasileira para estimar os possíveis efeitos oriundos da pandemia em termos de magnitude e duração.
“Premissas bem razoáveis sugerem que a crise terá um custo econômico bastante alto. Este custo será tão menor quanto mais rápido houver uma normalização nos principais mercados internacionais e quanto melhor o governo brasileiro, nos seus diversos níveis, mostrar-se capaz de gerir a crise doméstica”, explica o especialista— explica.
PIB pode cair ainda mais
Marçal ressalta, no entanto, que o cenário traçado pode ser conservador, caso os efeitos da pandemia perdurem por mais tempo. A greve dos caminhoneiros, por exemplo, teve duração de cerca de dez dias, mas o choque se prolongou por outros trimestres.
O que vai acontecer (em 2020) dependerá da duração. Quanto mais longo for no tempo, mais tempo vai demorar para recuperar (a economia). Se isso durar muito, esse número (-4,4%) será conservador”.