Levar grãos custa 360% mais que na Argentina

Governo brasileiro gastou cerca de  US$ 4,97 bilhões

Governo brasileiro gastou cerca de  US$ 4,97 bilhões

Com base em uma média ponderada de distâncias feita pelo setor exportador, os brasileiros gastaram US$ 92 por tonelada no transporte desses grãos para o porto, 360% mais que a despesa dos argentinos (US$ 20 por tonelada). Os norte-americanos gastam US$ 23.

Essas despesas trouxeram grande impacto tanto para os produtores, que receberam preços menores pela commodity, como para a indústria. Só as tradings gastaram US$ 2,5 bilhões a mais do que haviam planejado com frete e “demurrage”, uma multa cobrada dos exportadores pelo atraso na entrega da mercadoria aos navios.
O ritmo de alta dos gastos com frete pode perder fôlego na safra 2013/14, mas ainda será elevado. E,quanto mais subir essefrete, menor será o preço pago ao produtor.

A indústria sentiu na carne essa logística cara, segundo Carlo Lovatelli, presidente da Abiove (associação das indústrias moageiras). O gargalo logístico e o processo inadequado de tributação no setor têm reduzido as exportações de produtos industrializados. Pela primeira vez, o país começa a exportar um volume maior de soja em grão do que o que é processado internamente.

A consequência é que a indústria de processamento de soja tem 40% de capacidade ociosa e a exportação só do grão transfere fábricas e empregos do Brasil para o exterior, segundo Lovatelli. Se o ano de 2013 foi ruim para o setor, há sinais alentadores para 2014, quando começam as exportações pelo Norte do país –embora em volumes muito pequenos.

Além disso, as indústrias negociam com a Receita Federal um mecanismo mais rápido para a recuperação de créditos presumidos de PIS/Cofins (tributo acumulado durante o processo de produção a que as empresas têm diretiro de receber de volta). O ressarcimento, que hoje demora de quatro a cinco anos, poderá ser feito em 90 dias por meios eletrônicos. Outra esperança do setor é que o governo já tem um diagnóstico dos principais investimentos que devem ser feitos em logística. Mas, para Daniel Furlan Amaral, gerente de economia da Abiove, falta acelerar a execução.

Fonte.: Folha de S. Paulo

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