Investimentos em infraestrutura representam apenas 2% do PIB

    Atrasos no cronograma de obras também são problemas constantes, aponta pesquisa realizada pela Associação Paulista de Empresários de Obras Públicas
     
    Os constantes atrasos no cronograma de obras de Infraestrutura já viraram um problema crônico no Brasil. Seja qual for o setor, a regra tem sido extrapolar o cronograma oficial em meses ou anos, como ocorrem em projetos de ferrovias e recursos hídricos (leia-se Transposição do São Francisco). O resultado é o baixo investimento em Infraestrutura, de 2% do Produto Interno Bruto (PIB) enquanto o necessário seria, no mínimo, 5%.
     
    Os motivos para o descumprimento dos prazos são variados. Segundo uma pesquisa feita pela Associação Paulista de Empresários de Obras Públicas (Apeop), o principal entrave à celeridade dos projetos de Infraestrutura, na avaliação das empresas do setor, é a má qualidade dos projetos básicos. O presidente da entidade, Luciano Amadio, conta que os empreendimentos são colocados em licitação com números e informações diferentes da realidade.
     
    “As informações são superficiais. Quando começamos a executar o projeto vemos detalhes que não estavam previstos”, diz José Eduardo da Costa Freitas, presidente da Villanova Engenharia. Segundo ele, ao detectar problemas não observados nos projetos, as empresas têm de refazer as planilhas de materiais, serviços e preços, submeter à prefeitura, à Caixa e aos ministérios específicos.
     
    A Villanova atua em obras públicas e urbanização de favelas, água e esgoto, pavimentação de ruas, contenção de encostas, etc. A maioria dos projetos estão no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
     
    Na avaliação do professor da Fundação Dom Cabral, Paulo Resende, a solução para resolver esse problema seria começar a fazer licitações com base em projetos executivos, como ocorre há mais de 30 anos na Europa e nos Estados Unidos. “Mas no Brasil não há cultura de planejamento, não só no governo federal como nos governos estaduais”, afirma Freitas.
     
    O segundo principal motivo eleito pelas empresas de obras públicas está associado ao primeiro. Trata-se da demora na obtenção das licenças ambientais. As empresas reclamam da lentidão dos órgãos ambientais para analisar e liberar o início das obras. Por outro lado, os órgãos ambientais também reclamam da má qualidade dos estudos entregues pela iniciativa privada, o que atrasaria todo o processo.
     
    Outros motivos dos atrasos nas obras mencionados pelos empresários são falta de planejamento de longo prazo dos órgãos públicos e orçamentos com valores inferiores aos de mercado. Mas, independentemente dos entraves, o descumprimento dos cronogramas representa custos maiores.
     
    FONTE: O ESTADO DE S.PAULO
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