Funcionários dos Correios suspendem greve até dia 2

Governo decide privatizar 100% do Correios em único leilão com previsão para março. O projeto precisa ser aprovado pelo Congresso Nacional

De acordo com decidido em assembleias realizadas ontem, 17, a paralisação de funcionários dos correios está suspensa. A ação foi tomada após a categoria ter aceiro a proposta do Superior do Trabalho (TST) de prorrogação do atual acordo coletivo. Entretanto, o pacto é válido até o próximo dia 2, quando sera julgado o dissídio.

Portanto, os funcionários manterão o chamado “estado de greve” até o julgamento do dissídio coletivo. De acordo com nota da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect), é necessário manter o diálogo. “Neste momento, com a negociação já ajuizada e sem garantias de novos acordos até a data do julgamento, é necessário manter o diálogo. Além disso, intensificar os movimentos e atos públicos na defesa dos Correios e na luta contra a privatização”.

Em nota, os Correios destacaram que a suspensão da paralisação foi a condição para que a empresa aceitasse a proposta do TST de manter as cláusulas do Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) 2018/2019 até a data do julgamento do dissídio coletivo.

Segundo a nota, a companhia torce por um entendimento. “A empresa espera chegar a um entendimento razoável sobre o ACT 2019/2020. Com a confiança de que o Tribunal reconhece a importância de, neste momento, retomar o equilíbrio financeiro de uma empresa tão estratégica quanto os Correios”.

Ainda de acordo com a nota dos Correios, os serviços já foram retomados. “A rede de atendimento dos Correios está aberta em todo o país e os serviços. Inclusive, SEDEX e PAC, continuam sendo postados e entregues em todos os municípios”.

Reivindicações dos grevistas

A categoria pede reposição da inflação do período. Além disso, é contra a privatização da estatal, incluída no mês passado no programa de privatizações do governo Bolsonaro.

Os trabalhadores querem também a reconsideração quanto à retirada de pais e mães do plano de saúde, melhores condições de trabalho e outros benefícios.

“Se não fosse a greve, a direção da ECT manteria a intransigência. Não negociaria e se aproveitaria da reforma trabalhista, que acabou com a ultratividade (manutenção do acordo até que outro seja assinado). Assim, passaria a aplicar só o que está na CLT. Ou seja, daríamos adeus a vários direitos com o adicional de férias, o anuênio, o ticket peru e outros”, diz a nota da Fintect.

A direção dos Correios informou ter participado de dez encontros com os representantes dos trabalhadores. O objetivo era apresentar propostas, “considerando o prejuízo acumulado na ordem de R$ 3 bilhões”.

“Os Correios buscaram construir uma proposta de acordo coletivo de trabalho dentro das condições financeiras suportadas pelo caixa da empresa. As federações, por sua vez, reivindicam vantagens impossíveis de serem concedidas no atual momento da empresa. E da própria economia do país”, afirmou a estatal.

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