Estudo não vê relação de aumento de casos de Covid com demanda no transporte coletivo

Os reajustes acumulados do diesel já aumentaram os custos do transporte público por ônibus em 10,6% só este ano. Segundo a Associação Nacional das Empresas de Transportes Públicos (NTU)

De acordo com estudo técnico elaborado pela Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), não é possível estabelecer uma relação entre o aumento do número de casos de Covd-19 e o aumento na demanda do transporte coletivo.

A entidade analisou dados coletados do número de passageiros transportados em 15 sistemas de transportes públicos urbanos por ônibus no Brasil,  responsáveis por 171 municípios, e a incidência de casos confirmados de Covid19 nas mesmas cidades. O estudo tem como base a variação da demanda por transporte, calculada pela NTU, e os dados do SUS (Sistema Único de Saúde) durante 17 semanas, entre as semanas epidemiológicas 14 e 30, de 29 de março a 25 de julho de 2020.

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Em coletiva na manhã desta quarta, 16, o presidente-executivo da NTU, Otávio Cunha, falou sobre os resultados. “É claro que não estamos afirmando que o transporte coletivo não apresenta risco de contágio do vírus. No entanto, o estudo mostra que o aumento na demanda do uso do transporte público não foi um fator determinante para o aumento de casos. Dessa forma, podemos dizer que o transporte público coletivo urbano é seguro se todos tomarem as devidas precauções”.

Além disso, ressaltando a importância das medidas preventivas, o executivo falou sobre a possibilidade de uma flexibilização nos horários de pico. “Alongar o horário de pico, início da demanda, ajudaria muito. Prolongar o período de pico para diminuir o número de passageiros seria uma medida preventiva muito importante para diminuir a taxa de contágio”.

Como funciona o estudo

O estudo analisa 15 sistemas de transportes: Belém-PA; Belo Horizonte-MG (municipal); Belo Horizonte-MG; (intermunicipal metropolitano); Curitiba-PR; Curitiba (intermunicipal metropolitano); Fortaleza-CE; GoiâniaGO; Macapá-AP; Natal-RN; Porto Alegre-RS;Recife-PE;Rio de Janeiro-RJ (municipal); Rio de Janeiro (intermunicipal metropolitano); Vitória-ES e Teresina-PI.

Assim, a análise foi realizada comparando-se os casos confirmados de Covid-19 observados sete dias após a demanda transportada, considerando que, em caso de contaminação do passageiro durante a viagem, este seria o prazo
médio entre a eventual infecção e a detecção da contaminação por testes. Não foi observada associação entre o número de passageiros transportados por ônibus e o aumento do número de casos.

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O levantamento cita, por exemplo, o sistema de transporte coletivo urbano de Teresina (PI), onde a quantidade de viagens realizadas nos ônibus sofreu forte queda nas sete primeiras semanas epidemiológicas. Nesse período, observou-se um aumento progressivo dos casos confirmados de Covid-19, sendo que, no
período de 15 de maio a 6 de julho, houve greve dos rodoviários, com paralisação total da frota de ônibus. Entretanto, mesmo sem transporte público verificou-se o crescimento dos casos confirmados da doença no período.

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