Crescimento da frota de carros desacelera em SP

Número de veículos registrados na capital caiu de 647 por dia em 2008 para 328 no ano passado

Número de veículos registrados na capital caiu de 647 por dia em 2008 para 328 no ano passado

Cada vez menos carros têm entrado para a frota da cidade de São Paulo. Nos últimos quatro anos, o ritmo de crescimento dessa parcela de veículos caiu quase pela metade, revelam dados do Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo (Detran-SP). Apesar do menor acréscimo de automóveis aos registros da capital, motoristas afirmam ainda não sentir no dia a dia uma redução dos congestionamentos.

O ano de 2011 fechou com uma média diária de 328 carros incluídos na frota, contra 647 registrados em 2008. Esse movimento de queda, no entanto, não foi proporcional ao das vendas de automóveis novos, que se mantiveram praticamente estáveis na cidade. De acordo com a Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), a quantidade de unidades comercializadas passou de 283 mil para 276 mil no período.

Como explicar, então, que o número de carros adicionados à frota paulistana tenha caído tanto? A principal hipótese, segundo o engenheiro de tráfego Horácio Augusto Figueira é a de que parte dos emplacamentos dos veículos vendidos na capital paulista esteja sendo feita em outras cidades da Região Metropolitana de São Paulo.

“Mas o potencial de congestionamento na cidade continua gigantesco, porque esses veículos são usados por quem trabalha aqui e mora em municípios vizinhos”, diz Figueira. Ele explica que esse movimento regional de deslocamento faz com que, embora a diminuição do crescimento na cidade seja positiva, ainda tenha pouco efeito. Outra agravante é o próprio tamanho da frota, de 5,2 milhões de automóveis.

‘Exportação’. Supervisor de vendas em uma concessionária na Avenida Rudge, região central da capital, Ronaldo Diniz, de 34 anos, confirma a tendência de “exportação” de veículos para outras cidades da Grande São Paulo. “A procura dessas pessoas por carros acaba sendo feita na capital, onde passam grande parte do tempo.”

Diniz cita como exemplo caso de clientes que, mesmo morando em Guarulhos, onde há uma loja da rede, fecharam negócio em São Paulo.

Crescimento regional. Estatísticas do Detran mostram que, ao contrário da capital, outros municípios da Região Metropolitana têm registrado um maior crescimento de suas frotas ano a ano.

Entre 2009 e 2011, a média diária de acréscimo de automóveis em Guarulhos, a segunda maior cidade da região, saltou de 48 para 70. Em São Bernardo do Campo, o terceiro município mais populoso da área, o aumento foi de 39 para 47. Mauá também teve alta. Por sua vez, Santo André e Osasco ficaram estáveis.

O analista de programação Adriano Sodré, de 29 anos, é uma das pessoas que compraram o carro em São Paulo. Ele vive em Poá. “Lá tem poucas concessionárias. Por isso, prefiro comprar aqui (capital) e transferir o carro para lá.”

Números positivos. A Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) informou que, nos últimos quatro anos, a lentidão média no pico da manhã caiu de 91 quilômetros para 80 km. À tarde, a redução foi de 140 km para 108.

Mas não é o que sentem os motoristas. “A lentidão não está diminuindo nada, principalmente à tarde”, diz o metalúrgico Jakson Gamez, de 29 anos. “Na Marginal do Pinheiros, acho que piorou”, afirma o técnico em mecânica Luís Aprigio, de 51 anos.

O Estado de S.Paulo

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