As restrições à circulação de caminhões em regiões metropolitanas brasileiras geram custos adicionais de até 20% no valor do frete. As informações constam do estudo Logística Urbana – Restrições aos Caminhões?, divulgado na segunda-feira (16) pela Confederação Nacional do Transporte (CNT).
Segundo a entidade, transportadores passaram a incluir no custo do transporte em alguns municípios tarifas como a TDE (Taxa de Dificuldade de Entrega) e a TRT (Taxa de Restrição ao Trânsito). As taxas são motivadas pelo recebimento precário, que acaba gerando longas filas no abastecimento, e recebimento fora do horário comercial, que obriga os motoristas a aguardarem a liberação para a entrega da carga em locais, muitas vezes, inseguros, com riscos de roubo da mercadoria.
De acordo com a professora do Departamento de Engenharia de Transportes e Geotecnia da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), Leise Kelli de Oliveira, o custo adicional é consequência dos transtornos enfrentados nas regiões centrais.
Caminhões ficam presos nos congestionamentos e gastam mais combustível. Além disso, as condições de tráfego impactam a depreciação do veículo, e empresas arcam com encargos trabalhistas devido às restrições. Sem falar nas limitações quanto ao tamanho dos caminhões, que fazem com que o empresário tenha que adquirir uma nova frota”, observa a professora, ao site da CNT. Ela pondera que a falta de vagas para carga e descarga faz com que os motoristas estacionem de forma irregular e levem multas, o que também gera impactos no custo do transporte. “O preço dos produtos poderia ser menor se não fossem todas essas variáveis”, acredita.
Para o diretor-executivo da CNT, Bruno Batista, “a falta de planejamento e de participação do setor transportador na definição das regras de circulação nas cidades também acaba gerando distorções nos valores do transporte”.