Roubo de cargas no transporte rodoviário cai 14,5%, estima NTC

Segundo dados da FENABRAVE – Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores, as transações de veículos usados, registrou alta

De acordo com dados da NTC&Logística, divulgados em coletiva nesta quarta, 13, o roubo de cargas no Brasil caiu 14,5% em 2018. O número de ocorrências registradas durante o ano passado foi de 22.183, ante as 25.970 do ano de 2017. A redução significa em valor, uma queda de aproximadamente R$ 100 milhões de reais no valor das cargas roubadas.

O vice-presidente de segurança, Roberto Mira, ressaltou que ainda que os números permanecem ruins. Entretanto, esta queda é um avanço. “Enquanto nós tivemos em anos anteriores um crescimento astronômico no roubo de carga. Em 2018 tivemos uma redução, pequena, mas tivemos uma redução”, afirmou Mira iniciando a coletiva.

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Segundo Coronel Paulo Roberto de Souza, os valores divulgados ainda não incluem o valor do caminhão, em casos que o veículo também é roubado. “De todos os 22.183 roubos, 19% dos casos o caminhão também foi roubado. A preços médios de mercado, esses 4.215 caminhões não computados, representam aproximadamente mais R$ 1 bi de prejuízo para o segmento”.

Ocorrências concentradas

O roubo de cargas continua em sua grande maioria em dois dos maiores estados do país, Rio de Janeiro e São Paulo. Juntos, os estados respondem por 80,78% de todas as ocorrências registradas. O fato evidencia outra característica dos roubos de carga citada pelo Coronel, a maioria das ocorrências não acontecem nas rodovias.

“Como regra geral, 80% dos roubos são em áreas urbanas. Quando pequenos caminhões saem das empresas para abastecer os pontos de venda. Em São Paulo, por exemplo, o valor médio dos roubos é R$ 30 mil. Nós classificamos isso como crime de oportunidade, e não crime organizado”, ressaltou.

Nas rodovias, é mais comum a ação em cargas com valor agregado maior. Dessa forma, as ações de crime organizado com armas mais potentes, intervenções maiores, ocorrem em menor quantidade e maior planejamento.

Produtos mais visados

Dentre os produtos mais roubados do país se destacam os alimentícios, cigarro, eletrodomésticos, combustíveis e bebidas. Entretanto, o Coronel alerta que a demanda sempre será diferencial. “O roubo de carga está diretamente relacionado ao receptador. Então, o marginal atua para direcionar ao receptador aquilo que ele deseja, por encomenda.”

Este ano, o produto mais roubado em São Paulo foram os cigarros, ultrapassando inclusive, os alimentícios que lideravam nos últimos levantamentos.

Ferramentas para diminuição

O número de roubos no Brasil ainda é grande, é o país com maior roubo de carga no mundo. Entretanto, algumas ferramentas podem ajudar para impedir que as ocorrências aconteçam. Dentre elas, estão a tecnologia e as mudanças na legislação.

“Nossas empresas tem investido muito em um conjunto de tecnologias e processos chamado gerenciamento de risco. O problema é o alto custo. Os investimentos em gerenciamento de risco giram em torno de 12 a 15% do faturamento bruto, e não consegue cobrar isso no produto.”

Já o presidente, José Hélio Fernandes, ressaltou a importância de trabalhar para que a legislativo seja menos brando. “Nós temos trabalhado muito no aspecto legislativo para tentar atuar na receptação. Ou seja, existe esse roubo nessa quantidade porque tem atrás uma cadeia de receptadores dando suporte. Além da repressão toda, criar uma forma de dificultar a ação”, afirmou o presidente.

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