MAN suspende redução de jornada de trabalho em sua fábrica no RJ

    O fluminense Ronaldo Rodrigues da Silva é funcionário da MAN, fabricante dos caminhões Volkswagen, há 14 anos, mas ficou afastado durante um ano porque não havia trabalho para ele na fábrica.
     
    Em abril ele voltou ao batente, mas o ritmo de produção ainda não estava a plena carga. A cada duas semanas todos os operários tinham folga às sextas-feiras. Depois de dois anos de afastamento temporário de pessoal e reduções de jornadas, o cenário terá mudanças e a partir da próxima semana os funcionáros da montadora não terão mais folgas forçadas.
     
    As encomendas começaram a aparecer em Resende (RJ), onde 3,5 mil trabalham no complexo que engloba a linha da MAN e seus principais fornecedores. “Entramos num novo patamar (de vendas) e não vejo motivo para isso mudar; estou quase convencido de que começa a haver um descolamento entre a atividade econômica e a crise política”, afirma o presidente da MAN na América Latina, Roberto Cortes. As exportações também ajudam. Com a crise interna, a participação das vendas externas dobraram e hoje representam 30% da produção da MAN.
     
    A indústria de caminhões ainda está longe de reviver os bons tempos. A ociosidade nas fábricas beira 70% e mesmo a MAN, que agora acelera o ritmo, opera com só um turno. Em 2012 eram três. Outras montadoras mantêm trabalhadores afastados ou jornadas reduzidas. Em toda a indústria automobilística há 10,3 mil trabalhadores envolvidos nesses programas, segundo a Anfavea, a associação do setor. Desse total, 2,7 mil estão afastados, por meio de “layoff”, e 7,6 mil estão no Programa Seguro-Emprego (PSE), o antigo PPE, usado para reduzir jornada.
     
    Mas o fato de uma das maiores fabricantes de caminhões e ônibus encerrar os programas de afastamento de pessoal e redução de jornada a partir de julho renova o entusiasmo num setor que entre 2011 e 2016 viu seus volumes de produção caírem mais de 70%.
     
    As vendas de caminhões de todas as marcas no Brasil, lembra Cortes, saíram da média diária de 130 unidades em janeiro para 231 nos últimos dias. Segundo o executivo, o modelo de negócio das transportadoras em geral não sustenta caminhões velhos. “As empresas são obrigadas a voltar às compras”, finaliza.
     
    Fonte: Valor Econômico
                   
                  
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