Estudo aponta baixo uso e ineficiência das rodovias brasileiras

    O Brasil perde tempo, dinheiro e competitividade no mercado internacional em consequência da qualidade das rodovias. É o que diz o estudo da Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), que analisa a infraestrutura de transporte e lista os desafios do país nessa área. 
     
    Entre as maiores constatações está a baixa capacidade do país em analisar, planejar e propor soluções a médio e longo prazos, além da limitação de investimento em infraestrutura. Nos últimos dez anos, o Brasil investiu 0,6% do Produto Interno Bruto (PIB), enquanto outros países exportadores do grupo dos Brics, como China, Índia e Rússia, investiram cerca de 10%, 8% e 7%, respectivamente, destaca o relatório. 
     
    “As dificuldades que postergam os investimentos em infraestrutura não são oriundas, somente, da escassez de recursos financeiros públicos. Há que se considerar fatores como insegurança jurídica, que elevam os custos das obras, licenças ambientais e dificuldades nas desapropriações”, diz um trecho do relatório.
     
    Atualmente, as rodovias brasileiras representam 61% da matriz do transporte nacional. Nos Estados Unidos, as rodovias representam 13%. No total, a produtividade média das rodovias do país alcança apenas 30% das americanas. 
     
    Sobre as rodovias, ainda há um agravante: “O país conta com 1,72 milhão de quilômetros de rodovias federais, estaduais e municipais, das quais apenas 12,2% são pavimentadas, e elas estão situadas, em sua maioria, nas regiões Sul e Sudeste do Brasil. Esse percentual é 18 vezes menor que nos EUA e 14 vezes menor que na China”. Sem contar que o estado de conservação das estradas brasileiras ainda ajuda o país a figurar na 123ª colocação no ranking mundial de competitividade.
     
    A implementação de um programa governamental de recuperação e melhoria das principais rotas de escoamento da produção agrícola está no topo da lista de propostas da CNA para a melhoria do modal rodoviário. Além disso, a entidade sugere que o governo mantenha no Marco Regulatório do Transporte Rodoviário de Cargas (TRC) os princípios básicos de livre mercado, ou seja, o não tabelamento de fretes. A proposta vai contra o pleito dos transportadores. 
     
    A CNA também propõe a adoção de modelos de concessão que garantam menor valor de tarifa como critério de julgamento; investimentos em expansão de capacidade, em função da evolução do tráfego; não cobrança do valor de outorga; reequilíbrio de contrato, sem reajuste tarifário; não inclusão de obras não relacionadas ao trecho sob concessão ou a ser concessionado; não inclusão de taxas, contribuições de melhoria e outras verbas estranhas ao objeto da concessão.
     
    Fonte: Globo Rural
     
     
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