Governo e entidades privadas da indústria automotiva anunciaram nesta sexta-feira (20) a criação de um programa de investimento para fomentar o desenvolvimento de novas tecnologias. Além disso, o plano pretende aumentar a competitividade da indústria nacional.
De acordo com o planejamento, a ideia é recolher R$ 1 bilhão nos próximos 5 anos. Em seguida, esse valor será repassado à seis entidade, que ficarão responsáveis por desenvolver as tecnologias a serem usadas pela própria indústria. Ou seja, na produção de veículos e componentes mais modernos.
O dinheiro é proveniente da redução de impostos de autopeças importadas (sem similar de produção nacional). Dessa forma, ao invés de pagar uma alíquota de 2%, a taxa foi zerada.
Em contrapartida, as empresas terão que investir o valor equivalente em um fundo, gerido por um comitê formado pelas entidades do setor, academia e sindicatos. Desde janeiro, o governo diz que o caixa já supera os R$ 100 milhões. Por ano, a estimativa é arrecadar R$ 200 milhões.
De acordo com Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea, o depósito deve ser realizado em seguida ao desconto do imposto. “Existe uma lista de peças com imposto zerado. Então, quando chega ao porto, fica livre de tributação. No mês seguinte, a empresa deve fazer o depósito no fundo”.
Conheça as empresas que gerenciarão o investimento
As empresas selecionadas para utilizar os recursos e investir em tecnologias são o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Serviço Nacional da Indústria (Senai), Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii), Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa de Minas Gerais (Fundep).
Abaixo é possível ver quais programas serão abraçados por cada empresa:
- Alavancagem de alianças para o setor automotivo – Senai
- Financiamentos de inovação e pesquisa – Finep
- Ferramentarias brasileiras mais competitivas – Fundep
- Propulsão, Biocombustíveis e Segurança veicular – Fundep
- Programa P&D para Mobilidade e Logística – Embrapii
- P&D e Engenharia para a Cadeia Produtiva do Setor Automotivo – BNDES
No entanto, ainda não há uma definição dos projetos específicos que cada uma delas irá desenvolver. “O comitê gestor do fundo irá decidir onde o dinheiro será investido. Mas será em tecnologias para alcançar as metas do Rota 2030”, disse Moraes.
De acordo com governo e Anfavea, o objetivo é, daqui alguns anos, ter opção de produção local para tecnologias que hoje são importadas. Além disso, devem ser aprimoradas as áreas de logística e manufatura.