Durante o ano de 2018 foram registrados de mais de 22 mil ataques a motoristas em todo o país. Dessa forma, os caminhoneiros foram frequentemente alvo da ação de quadrilhas especializadas em roubos de carga. Segundo levantamento da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC), o prejuízo para o setor produtivo com a perda de cargas e veículos chegou a cerca de R$ 2 bilhões.
O levantamento da entidade foi realizado juntamente com dados da Polícia Civil, Militar e da Polícia Rodoviária Federal. Segundo estudo, as ocorrências vinham aumentando até 2017 (quando o número chegou a 25.950 roubos no país). No entanto, caíram 15% no ano passado.
“Admitir que tem 22 mil roubos de carga no país é um absurdo”. Quem afirma é Paulo Roberto de Souza, responsável pelo levantamento.
O roubo de cargas tornou-se um modelo de negócio para quadrilhas de traficantes de drogas e facções criminosas. Muito em virtude da vulnerabilidade das estradas, falhas de segurança pública das cidades e do alto valor de retorno das mercadorias. Em 2012, o país registrou 14.400 roubos de carga. Posteriormente, esse número subiria até chegar ao pico, registrado em 2017.
A intervenção federal na área de segurança do Rio de Janeiro, um dos estados com mais registros desse tipo crime, foi o principal elemento para a queda, segundo a entidade e especialistas em segurança. Ainda assim, os representantes do setor produtivo reclamam da falta de articulação dos governos em torno de um plano nacional de segurança para os transportadores.
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Os produtos mais visados
De acordo com os dados de 2018, já é possível aos transportadores cobrar ações do governo para reduzir o número de casos. De antemão, em cima dos dados de 2017 é evidente que a Região Sudeste desponta como o território mais hostil aos transportadores. Do total de 25.950 ataques no país, 85,53% aconteceram na região. Em suma, Rio de Janeiro (40,81%) e São Paulo (40,75%) concentraram mais de 80% dos crimes.
Segundo o relatório, os produtos mais visados pelas quadrilhas são em maioria produtos vinculadas ao tráfico de drogas. Assim, cigarros, eletrônicos, combustíveis, bebidas, autopeças e artigos alimentícios ou farmacêuticos são mais visados.
Cerca de 78% dos roubos de cargas registrados no levantamento da PRF ocorrem em áreas urbanas. Do mesmo modo, os ataques em rodovias representam 22% do total. No caso dos crimes nas cidades, a maioria dos ataques ocorre pela manhã. Enquanto isso, nas rodovias, o maior volume de roubos é registrado no período da noite.
Roubo de cargas é constante no sudeste
Para o representante da NTC, a presença mais intensa de traficantes e de integrantes de facções criminosas nesses estados favorece o volume de ações contra transportadores.
— Por que o Sudeste concentra mais de 80% dos roubos, principalmente em áreas urbanas? Eu te respondo com outra pergunta: Onde a marginalidade opera? Onde circula o patrimônio. Definitivamente, Rio e São Paulo são grandes polos econômicos. Logo, a circulação de cargas é intensa. E os bandidos vão aonde acham que vão ter êxito. Dessa forma, as rodovias por onde circulam uma massa de veículos são atrativas para esses criminosos — diz Souza.
Na avaliação dos representantes do setor de cargas, o avanço da criminalidade nas estradas encarece o preço do frete. Enquanto isso, empresas passam a usar o transporte aeroviário em busca de mais segurança. Outro fator que influencia no frete, o custo do seguro das cargas, disparou. As empresas de transporte recorrem com mais frequência à escolta armada para proteger as mercadorias.
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Segundo, Gerente-executivo de Pesquisas da CNI, Renato da Fonseca o consumidor que acaba pagando a conta. “O consumidor está pagando mais caro, porque tem uma taxa embutida para conter o risco. Não é só o custo da perda do roubo. Existe todo uma cadeia que fica mais cara para tentar prevenir esse tipo de ação.”
O setor espera que o governo do presidente Jair Bolsonaro coloque para andar o plano nacional de segurança pública aprovado no governo do ex-presidente Michel Temer.
Apesar das críticas, a PRF e o Ministério da Justiça dizem que ampliaram ações de inteligência para prender criminosos e evitar roubos de cargas. Em conclusão, podemos acreditar que a redução registrada no levantamento preliminar de 2018 reflete esse trabalho.
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